sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Ai o ensino...

Sou um bocado cética em relação a tudo o que sejam serviços públicos. Não que ache que as pessoas sejam incompetentes ou más profissionais (que também os há: nos serviços públicos e privados). Simplesmente acho que não estão de corpo e alma: quer seja porque ganham mal, porque não são reconhecidos, porque não têm planos de carreira, ou por qualquer outra razão. (Atenção, não estou a julgar, porque se tivesse na mesma situação se calhar teria a mesma postura)
Se os tempos fossem outros, eu inscreveria o meu piolho no ensino privado. Sinceramente não acho que os professores são melhores ou piores do que os professores do ensino publico. No entanto, se tivesse o meu piolho numa instituição privada, sentia que tinha o direito de exigir qualidade de ensino. "Ah e tal no ensino publico também posso exigir". Poder até posso. A diferença é que no ensino privado as exigências não caem em saco roto, pela simples razão que eles vivem das mensalidades. E sem alunos...adeus negócio. Já no ensino publico...As reclamações vão resultar em quê? Aqui não se põe "se não está satisfeito, mude de escola"...Aqui é mais "Não está satisfeito? Aguente-se. É o que há." (Mais uma vez digo: não acho que todos os males do ensino publico sejam dos professores. Acho que eles são o elo mais fraco).
Para dar força à minha visão pessimista disto tudo, todos os professores que conheço têm ou pretendem colocar os filhos no ensino privado. Isto tem que ter algum significado...
 
Bom ano letivo!
 
*Toda esta reflexão resulta do meu primeiro contacto com a escola publica para onde o meu piolho vai. Total confusão, "atendimento" péssimo e atitude pior ainda. Senhores: não me estão a fazer favor nenhum! Lá porque é publico e "grátis", não têm de falar com as pessoas com ar que toda a gente lhes deve e ninguém lhes paga! E se há coisa que me irrita profundamente é que me digam: "O que é que quer que eu lhe faça?!". Apetece-me sempre responder: a) quero que me passe um cheque de 1.000.000€; b) quero que vá ver se chove; c) quero que seja educada e profissional

3 comentários:

  1. "Para dar força à minha visão pessimista disto tudo, todos os professores que conheço têm ou pretendem colocar os filhos no ensino privado. Isto tem que ter algum significado..."

    Essa amostra está enviesada, pelo menos pelos professores que fazem parte do meu círculo profissional (sou professor).Todavia não me surpreende que alguns optem pelo privado. A docência foi das profissões que mais contribuiu para a mobilidade social (seria interessante um estudo sociológico sobre as habilitações/grupo social dos progenitores do professorado), daí não estranhar comportamentos de novo riquismo.

    Quanto à escola do filho, presumo que seja do 1º ciclo, não leve muito a sério o que lhe dizem por agora, o ano ainda está em preparação, por esta altura nas escolas ainda só estão os auxiliares (que pouco sabem sobre a parte administrativa das escolas) e eventualmente o pessoal do ATL/CAF, aguarde pela reunião inicial e questione, exija... Se puder inscreva-se na associação de pais.

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    1. Olá Daniel,
      Eu não considero a inscrição no ensino privado um "comportamento de novo riquismo". Longe disso. ´Custa-me acreditar que hajam pessoas que inscrevem os filhos no privado porque é "bem" (ok, não me custa muito a acreditar). Mas na minha amostra enviesada, a razão, penso que seja, a descrença no "sistema".
      Quanto ao exigir....exigir até exijo, mas não sei se irá adiantar de muito.

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  2. O sistema somos nós que o fazemos, professores, pais, município...

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