Hoje, já não sei onde nem porquê, li a seguinte pergunta: És verdadeiramente feliz?
Pensei e repensei, e a resposta é um redondo não.
Esta felicidade que falo é aquela felicidade completa e não as alegrias do dia a dia (se bem que há quem diga que a felicidade é composta de pequenas alegrias).Podem-me dizer "não me digas que com um filho, não és feliz". Claro que ele me faz feliz...ele é o meu oxigénio!Mas se formos ver bem, nem no nascimento do meu filho (que deve ter sido o melhor dia que já tive) fui completamente feliz: nem que seja por causa da preocupação com que estava!
Se já fui completamente feliz? Sim...se puxar pela memória, sim, já fui.Nessa altura não precisava de mais nada do que tinha (nem de 1.000.000€).
Entretanto muita coisa mudou e a felicidade foi desaparecendo, de fininho, sem grandes alaridos até que um dia dei por falta dela. E vasculhei os recantos da memória para me recordar como cheguei a este ponto. Há razões demasiado dolorosas para serem recordadas, quanto mais reproduzidas... Tentei lembrar-me de todas as más decisões e actos falhados. Todos os erros, teimosias e orgulhos. E eu que nunca fui de arrependimentos, dou comigo a pesar nos "ses"...Mas também me questiono: foi a felicidade que acabou, fui eu quem lhe abriu a porta para sair, ou foi o conceito de felicidade que mudou?Não consigo dar uma resposta 100% honesta.
A questão que se põe é: "Quero ser feliz?" A resposta parece obvia, mas outras questões se levantam: Qual o preço da felicidade (e não estou a falar do preço monetário)? Estou com vontade/coragem/força para procurar essa felicidade? O que é que é realmente preciso para ser feliz?
Demasiadas perguntas, para tantas incertezas e tão poucas respostas...o que não deixa de ser triste e preocupante.
E é neste momento que o "Á espera do fim" do Jorge Palma ecoa na minha cabeça:
"Vou andando por ai
Sobrevivendo á bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim á engrenagem
E ando muito deprimido
É dificil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja
Sobrevivendo á bebedeira e ao comprimido
Vou dizendo sim á engrenagem
E ando muito deprimido
É dificil encontrar quem o não esteja
Quando o sistema nos consome e aleija
Trincamos sempre o caroço
Mas já não saboreamos a cereja
Já houve tempos em que eu
Tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva
Fazia o meu caminho ao sol ou á chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me assentava como uma luva"
Tinha tudo não tendo quase nada
Quando dormia ao relento
Ouvindo o vento beijar a geada
Fazia o meu manjar com pão e uva
Fazia o meu caminho ao sol ou á chuva
Ao encontro da mão miúda
Que me assentava como uma luva"
E tu? És verdadeiramente feliz?
Ora ai está uma pergunta complicada ... eu tenho momentos em que sou feliz ... momentos apenas ...
ResponderEliminarem tempos já julguei que era mto feliz ... agora percebo que apenas tive momentos mesmo feliz e outros que tive a ilusão que era feliz ...
Eu acho que nunca somos verdadeiramente feliz ... estarei errada ... eu gostava de ser plenamente feliz ...
Beijinhos